quarta-feira, maio 30, 2007

TAG

Além de significar DIA em alemão e ser o nome de uma agência de publicidade de Souzas, TAG é o nome da minha cachorra. Nunca tive o costume de falar “fêmea” ou “cadela”. Chamo a Tag de “minha cachorra” porque acho até carinhoso, pra dizer a verdade. Desde que nasci, minha família sempre morou em apartamento e eu sou apaixonado por cachorros. Mas lá não era permitido. Faz apenas um pouco mais de um ano que nos mudamos para uma casa, e então finalmente pude escolher meu cachorro. Uma labradora, preta, com 2 meses. Sabia que a raça era fiel, companheira, brincalhona. Era o que bastava.

A primeira noite dela em casa foi no meu quarto. Ela vinha o tempo todo na minha cama, chorava, e cagou ao lado do criado mudo. “Dormi” na merda. Hoje ela tem um ano e 2 meses, mas parece que são só 2 meses. Continua me acordando TODA MANHÃ com seus latidos ensurdecedores, continua entrando na cozinha sem poder, mordendo o que pode, derrubando o que não deveria cair, detonando panos e chinelos. Bom, ela precisa de pelo menos 2 anos pra virar mocinha. Haja paciência. Às vezes não quero admitir, mas amo minha cachorra quando ela ta dormindo ou brincando, e odeio quando ela ta latindo sem parar enchendo o saco. Só recentemente que fomos descobrir que existem dois tipos de labrador: o agitado e o calmo. O calmo é o que guia cegos, por exemplo. E o agitado... bem, foi com esse tipo que eu aprendi a entender e gostar dos gatos.

Nunca vi um cachorro vomitar tanto também. Depois de um tempo parou de ser irritante e foi para preocupante. Meus pais levaram a Tag pro veterinário pra fazer Raio-X do esôfago, tórax e cervical. Foi diagnosticada uma pneumonia alérgica, que consequentemente gera bronquite. Os vômitos são causados porque provavelmente ela nasceu com uma bolsa no esôfago. Quando ela come, parte da comida vai pro estômago, parte pra bolsa. Quando a garganta se irrita por causa do alimento preso, ela vomita. E com isso o ácido do estômago vem até a bolsa e pára ali, podendo perfurá-la; a pele da bolsa é muito fina. E aí, vocês já sabem.

Ela vai tomar dois tipos de remédios por 20 dias. Um para melhorar o estômago e outro para impermeabilizar a bolsa. Se nada disso funcionar, endoscopia para estudo da bolsa. Se não adiantar, ela vai passar a comer comidas pastosas. Não pode dar nada que corra o risco de perfurar a bolsa. Se ainda não adiantar, cirurgia, o que sem dúvidas foi dito que deixará seqüelas.

Eu olho pra todo esse quadro e, dramaticamente falando, sinto como se tivesse um filho em estado terminal. Eu realmente me sensibilizo com essas coisas. Porra, é um bicho vivo! Pede comida, pede pra brincar, assusta quando você grita e pula quando você chega. É dependente de você. E aí chega um doutor e fala que ela ta toda fudida e precisa de mais cuidados ainda, porque tudo isso é extremamente raro. Isso me faz pensar no dia em que a compramos. Na verdade, uma outra família chegou na frente. A Tag seria um presente de um filho pra sua mãe. Mas a mãe não aceitou muito bem e eles fizeram a devolução. Nesse mesmo dia ela cagaria do lado meu criado mudo.

É, não tenho muito mais o que dizer. A partir de agora, a Tag é uma cachorra “especial”.

quarta-feira, maio 23, 2007

SEJA HOMEM

Recentemente, andando pelas ruas como sempre tive o costume de fazer, avistei um senhor que já denunciava sua terceira idade a duas quadras de distância. Andava em sua direção e passar por ele seria inevitável. Não que isso fosse um problema, mas por algum motivo a presença dele me intimidava. Quando estava bem perto dele, olhei em seus olhos e o cumprimentei. Ele sorriu e fez um sinal com a cabeça. Quando começaria a me distanciar ele disse:

- “Você me lembra minha juventude”.

Um pouco desconcertado, sorri, voltei em sua direção e perguntei o porquê. Ele me disse que era porque ainda não tinha me tornado um homem completo. Eu estava prestes a mandar o velho pro lugar que vocês sabem, mas aquele corpo abatido e aquelas rugas não conseguiam amenizar o olhar sóbrio e firme daquele velho. Continuei intimidado. Ele deu um sorriso de canto de boca, e simplesmente começou a discursar o que vou tentar representar em melhores palavras aqui.

“Eu era como você na juventude. E poderia ter desfrutado muito mais se alguém me dissesse o que eu vou te dizer: sempre faça o que deve ser feito, e não o que você quer fazer. Aja como deve se agir, e não como você gostaria. Agüente firme o tempo todo, muitas vezes fazendo o que você não quer, porque você sabe que é o certo. Lute também o tempo inteiro contra suas vontades e instintos que você sabe que não te farão bem. O tempo inteiro! Nunca é fácil, mas não escorregue: seja um homem.

Nunca se humilhe. Mereça. Justamente, é claro, mereça. Então, saiba que se você não teve, você não merecia. Merece algo diferente. Talvez até melhor! Paciência. Tenha sempre essa gota de amor próprio: o suficiente pra conseguir fazer você se desdobrar de esforços para conseguir o que quer, mas também suficiente pra você não se humilhar.

Na medida. Justo.

E se não conseguiu, paciência. Você já entendeu como as coisas funcionam. Você é homem. Aja como um. Ah, tenha boa memória. Se você conseguir seguir tudo até aqui, não há combate que você não vença se tiver boa memória. Não há injustiça que te vença, apenas a dor de ter paciência por mais uma vez não ter sido como você queria. Afinal, você agiu como deveria agir. Fez o certo, e não como gostaria. Foi um homem.

Entende o que eu digo?”

Fez uma pausa e com certeza notou minha perplexidade. Então continuou:

“Não, jovem! Não! Você não será infeliz. Muito pelo contrário. Começará a agir sempre assim instintivamente”. – sorriu mostrando a dentadura amarelada e concluiu:

“Pode errar de vez em quando! Não se preocupe tanto, também. Falam por aí que a gente é o ser mais evoluído da Terra, mas ainda somos muito imperfeitos. Agora pode ir, eu preciso cuidar do meu reumatismo”.

Entrou em sua casa e me deixou com a seguinte dúvida: se eu fizer o que deve ser feito, o certo, quando eu vou viver da maneira que eu gostaria? Então o que eu quero nunca é o certo? Ou é só uma questão de bom senso já que sabemos quando estamos ou não errados? Ou não sabemos? Ou simplesmente posso mandar tudo isso pra puta que pariu já que o velho não tinha como saber de fato se era como eu na juventude?

Sinto muito, sem conclusões finais dessa vez.

terça-feira, maio 15, 2007

Vidas Paralelas

Ele acordou com a garganta queimando. Não conseguia engolir nem a própria saliva de tanta dor. Ainda na cama, olhou pro teto e teve a certeza: “Hoje vai ser Ô dia...” Foi cuidar da sua garganta pela manhã preparando algumas bebidas mais quentes, ligou na farmácia e esqueceu que essas atividades fora da rotina o estavam atrasando para o trabalho.

Ela acordou de um sonho onde estava numa praia tomando sol, e vários surfistas nus tampavam suas partes íntimas com suas pranchas. Ainda na cama, agradeceu: “Ai ai, que bela manhã de segunda-feira”. Vestiu sua melhor roupa social e foi apresentar seu projeto numa empresa de grande porte, localizada num edifício empresarial.

No horário de almoço ele já não tinha mais emprego. O seu atraso de meia hora fez com que seu cliente tomasse um chá de cadeira insuportável e esperasse ele chegar apenas para comunicar que estava indo para o concorrente. O problema é que esse era o maior cliente da empresa. Ele foi demitido com mais nove funcionários.

Já o projeto dela foi tão aplaudido que todo o andar térreo do edifício olhou para cima instintivamente. Foi contratada na hora como consultora e já tinha como aplicar seu projeto numa empresa em Recife, durante um ano. Viajaria a trabalho com um mais um casal.

16h30min ele estava em casa. Poderia ter chegado mais cedo se um carro-forte não tivesse batido em seu carro. Deitou em sua cama, olhou mais uma vez pro teto e teve a certeza: “Ainda vai piorar!”. Tentou ligar pra sua namorada, mas “o número chamado está desligado ou fora da área de serviço”.

19h30min ela chegou exausta em casa. Tinha acabado de fazer um menage a troi (sexo a três) com o casal supostamente profissional. Traiu o homem que já estava em sua vida, mas tudo estava tão bem que praticamente não se importou. Estava disposta a falar com ele. Terminaria o que tinham. Ela ficaria fora por um ano, mesmo! Até ligaria pra ele, mas o viu entrando no MSN com o nick “caralho, que dia filho da puta”. Ela digita:

“Oi amor! Parece que você teve um dia difícil, mas preciso te contar umas coisas...”

terça-feira, maio 08, 2007

The End...

Não sirvo pra essa coisa de escrever por temas diariamente. Gosto da idéia, mas não gosto do tipo de trabalho (não é que eu não goste de trabalhar, hein?!).

Prefiro escrever quando tenho vontade, quando tenho algo a dizer (pelo menos no blog dá pra ser asim). E no momento, o que tenho vontade de dizer está no Abbey Road, o melhor álbum que o mundo já (ou)viu. Só podia ser dos Beatles, claro!


"And in the end, the love you take is equal to the love you make."


The End - The Beatles
(obs.: vocês não acharam que era o fim do assevA adiV só por causa do título, né? Bom, desculpe a decepção, mas ainda não será dessa vez.)

sexta-feira, maio 04, 2007

N.MSN.S

·#·$28●๋• $30 • ao invés de colocar frases de amor no nick...vamos mandar todo mundo ir tomar no cú?! • ·$28 - (vtnc@hotmail.com)*

*Endereço de email fictício.

quinta-feira, maio 03, 2007

Quando Eu Penso Demais...

Eu não quero mais entender a vida.
Não quero mais fazer suposições, especulações, conjecturas ou indignações.
Não há filosofia que supere esse desgaste.

Não quero mais saber o porquê do por que.
Não faço mais questão de que as coisas tenham sentido.
Não quero mais procurar por respostas e frases perfeitas.
Não há esforço que faça tudo isso valer a pena.

Não quero mais ter crenças. Quero ser livre.
Não quero mais papo. Mostre-me a realidade que eu te mostro como sou amargo.

Eu quero apenas sobreviver um dia após o outro.
Se não for por isso, por que mais estaríamos aqui?!
Bem...não sei, não quero mais saber, e foda-se quem sabe.


assevA adiV agora é:
2as feiras – Quando eu era criança / Aconteceu no tempo da escola
3as feiras – Às vezes eu queria ser
4as feiras – A primeira vez que eu
5as feiras – Quando eu penso demais (viagens)
6as feiras – Nick MSN da Semana (N.MSN.S.)

quarta-feira, maio 02, 2007

A Primeira Vez Que Eu...

Tomei ponto! Doeu hein, velho? Puta que pariu! Como muitas pessoas por aí, eu também tomei uns 6 pontos no queixo e tenho uma pequena cicatriz onde não cresce barba: uma graça.

Eu andava de skate todo dia no bairro em que minha avó morava. No começo ficava mais ajoelhado, afinal, em pé era coisa de profissional. Então eu decidi criar minha própria modalidade: deitado. Isso mesmo. Peito pro skate, remada com os braços. Ficou óbvio né? Fui estrear minha modalidade subindo um morrinho e meus braços magrelos não agüentaram a remada, logo, o skate desceu e eu fui seco pra frente. Caí de queixo na rua e já abri o bocão. Acho que minha avó falou alguma coisa sobre eu não chorar porque a abertura da minha boca poderia aumentar mais o corte. (¬¬)

Meu pai saiu correndo do trabalho, chegou à casa da minha avó, me colocou no carro e correu tanto pra chegar ao hospital que até merecia estar numa McLaren. Eu berrava o tempo inteiro, mas lembro que ele entrou na contra-mão numa rua pra cortar caminho. Um cara gritou “TA NA CONTRA MÃO, MANO”. Pela primeira vez eu vi meu pai falar um palavrão: “EU TO COM EMERGÊNCIA PORRA”.

No hospital foi pior. Aquelas nega espirraram cada coisa no meu queixo que eu me senti um vampiro tomando banho de água benta. Depois colocaram um pano preto por cima e começaram a costurar. Eu tenho a cena na memória da agulha descendo e subindo, e eu perguntando o tempo inteiro se aquilo tava acabando.

Evolução, meus caros, a partir daí comecei a andar em pé (só me machuquei mais depois disso e nunca aprendi a fazer grandes manobras, mas evoluí!).
assevA adiV agora é:
2as feiras – Quando eu era criança / Aconteceu no tempo da escola
3as feiras – Às vezes eu queria ser
4as feiras – A primeira vez que eu
5as feiras – Quando eu penso demais (viagens)
6as feiras – Nick MSN da Semana (N.MSN.S.)

terça-feira, maio 01, 2007

Às Vezes Eu Queria Ser...

EMO. Mentira. Jamais conseguirei cobrir meu olho com meus cabelos. Às vezes eu queria ser mais criativo. Pra falar a verdade, esse seria o momento exato. Não soube pensar em algo que gostaria de ser. Bom, claro que todos nós queremos ser ricos, atléticos, lindos e saudáveis, mas isso é impossível. Menos pra mim, que só queria ser mais criativo.

A questão é que não vou falar sobre querer ser mais rico ou mais bonito porque isso é muito óbvio. Então continuo falando sobre nada na tentativa de enganar o leitor até o final desse texto medíocre. Cara, escrever todo dia, ainda que sobre coisas do seu domínio, nunca é fácil. Eu fiz a promessa de que voltaria a escrever diariamente. Quase ninguém vem aqui, mas esse hábito é bom pra mim (ai, que clichê-desculpa mais velho esse).

Paciência; pego o ritmo de volta aos poucos. No trabalho, quando o dia é ruim pra escrever, a gente não tem escolha. Aqui, nesse bloguinho de merda, dá pra ter uma tolerância.

Foi mal!