sábado, outubro 28, 2006

Um Post Sincero

Cruel é ter que se limitar a sonhos, quando você sabe que a realidade é impossível.

terça-feira, outubro 17, 2006

Fábula: O Lesado e Sua Avó

Lesado: Eu: Com apenas 4hs de noite dormida. Praticamente sedado.
Avó: Ramona: Com uns 156 anos de vida.

NOTA: Cheguei na goma da Dona Fia (nome/apelido da minha avó), por volta das 8:05h, tomei café da manhã e fui direto pro banheiro cagar. Bom, eu tava todo disfuncional depois da noite passada. Do lado de fora minha avó fala:

- Tem espuma aí.
- Espuma? PRA QUE VOU QUERER ESPUMA?
- ESCOVA!! NÃO ESPUMA!!
- (...) Hã?! Escova?
- É, diacho!
- Vó, eu tenho a cabeça raspada, lembra?
- ESCOVA DE DENTE, ANDRÉ!
- Ah...

Saio do banheiro e dou continuidade:

*entenda com EXTREMO entorpecimento* - Deus...ai meu deus...minha vida ta um inferno.
- SEU NARIZ. Olha pra trás pra você ver a vida dos outros.
- Olha pro meu cérebro pra você entender minha vida. Que clareza!
- Parece que ta esfriando, né?
- (...) ¬¬ This is one of the most fucking boring things I ever seen in my fucking shit life. You hear me, fucking nigga?
- Cala a boca André.

***

Horas depois, chegamos juntos na minha nova casa:

- André, vem cá. Vou te pedir uma coisa. É a única coisa que a vó vai pedir: não fala palavrão aqui nessa casa, ta? Ela ta com um clima bom. No seu apartamento eu me sentia estranha, não sei... queria voltar logo pra casa.
- Porra, vó?! É a mesma que eu pedir pra você parar de cagar.
- Não é não. Quem quer parar de falar palavrão consegue.
- Mas eu não quero, você que ta me pedindo. – pensei –

- Vó, não sei não.
- Vai fazer ou não?
- Vou tentar então.
- Vai fazer ou não?
- Vou.

***

Moral da história: Nunca discuta com a sua vó: minta, ou finja que entendeu.

Obs.1 – Minha avó é neguinha sim, mas não sabe inglês.
Obs.2 – Eu tenho bons reflexos.

domingo, outubro 08, 2006

Realmente Acontece

Pois é. Certas coisas que vemos acontecendo ao nosso redor realmente chegam até nós. Um dia fui visitar minha avó e coincidentemente uma amiga dela estava lá. A Lurdes me conhece desde as épocas em que eu não lembro que existia. Muito curioso isso, não? Sabe aquelas amigas de vó que falam “é esse aí o seu netinho?” e “como que pode ter virado um homão desse”? Então. Dessas daí. A véia me contou todas as novidades. Disse que pintou o cabelo, comprou roupas modernas, que estava viajando e saindo pra dançar.

Puta coisa bacana. Eu acho bonito ver essas senhoras de 70 e poucos anos correndo atrás da vida de novo. E ela estava feliz! Antigamente ela era meio cabisbaixa, mostrava a todos o seu ar de derrotada e cansaço. Pôxa, com essas transformações e com a futura plástica que ela vai fazer, vai rejuvenescer uns 15 anos. Achei bacana a atitude da velhinha e imaginei se ela também não deve ter arrumado um velhinho, um “parceiro”, um namorado mesmo.

Nesse momento a vívida Dona Lurdes tirou um álbum de fotografias da sua moderna bolsa da Hello Kitty (brincadeira!) e disse que me mostraria seu namorado. Sorri e vi que realmente ela voltou à ativa, se é que me entendem. Abriu o álbum e me apontou um puta moleque sem camisa deitado na piscina. Essas véias adoram fazer piadinhas, não é?
“Aaahh vááá, que mentira! Esse aqui é teu filho, ou teu neto”. - Ela riu e me contestou, dizendo ser seu namorado.

“Pára! Que namorado! É seu neto? Eu brincava com ele quando era criança?” – falando quase como um pai que sabe quando seu filho está mentido.

Olhei para minha avó e não tive como deixar de reparar em seus olhos esbugalhados, quase sumindo com o nariz. Ela então me disse:

ANDRÉ. É verdade.”
“Ah é? Hum...” – sem saber se perguntava a idade do Macaulay Culkin ou não.

No final, a própria Lurdes me disse que ele tinha 25. Dois a mais que eu. Tentei olhar pra ela como provavelmente o namorado a admira, mas o que eu vi foram rugas e dentadura. Foi mal, não consigo!