terça-feira, setembro 12, 2006

Essa é a Regra

Você realmente quer saber qual o problema do mundo, cara? Pega essa citação que eu sempre digo: “Todos têm uma história pra contar e querem que alguém escute. Pessoas são boas. Se você se importar, vão querer sua amizade. Tudo o que precisa é olhar as pessoas enquanto elas falam”.
Essas são as regras do jogo, meu caro! Faça isso e você terá uma amiga, concorda? Agora, se você agir ao contrário da regra, você tem uma namorada! Já reparou como as mulheres agem ao contrário? Então! Leia a citação de novo e imagine-se fazendo o contrário. Esses dias falei com uma amiga que tava doida pra sair de novo com um cara, mas ele não tava nem aí. Então eu disse a ela: “se ele tivesse dado a maior bola pra você no primeiro encontro, você não ia querer sair de novo, né?” Ela respondeu: “Isso”. Eles iam ficar naquele joguinho quem-esnoba-quem.

Ninguém age puramente de acordo com as próprias vontades. Você já tentou ser você mesmo sempre? Não dá. Nem me vem falando que você tem personalidade e seilá mais o que. Você por acaso assume TUDO o que faz? É sempre você mesmo e não esconde isso de ninguém? Não esconde nada de ninguém? Nunca deixou de ser você pra conseguir alguma coisa? Ah vai pro inferno seu mentiroso! Até eu faço isso. “Até eu”... como se eu significasse muita coisa. Como se você fosse muita coisa. Somos um chumaço de bosta pronto pra ser atirado no Tietê.

Mas já pensou em tentar? Já teve um flash de sentimento que lhe disse “diga foda–se ao mundo e faça o que tem vontade”? SEJA VOCÊ! Ih... não dá! Nunca dá pra cumprir essa tarefa. É tudo sempre uma máscara, um jogo. Nesse momento estou usando uma máscara. Se vocês não conseguiram reparar, esta não é minha linguagem nem meu perfil. Mas aí que ta! Quem garante que eu não esteja usando esse perfil como disfarce porque eu tenho receio de assumir esse tipo de linguajar e comportamento?!

Desencana... nem pensa muito nisso.

Obs.: Tietê é uns dos rios mais porcos do estado de SP. Ou era. Seilá!

sábado, setembro 02, 2006

Você é observador?

Começa no ponto de ônibus. Ela está parada ali, na dela, olhando para a esquina na espera do seu transporte. De longe, um cara com seus 34 anos está chegando. Ele não é bonito e tem a barba por fazer. Numa calçada onde todo mundo franze o cenho por causa do sol e estão estressados de tanto esperar, uma loira de olhos azuis e super delicada não passa despercebida. De longe, o cara a estuda e conclui que ela deve ter uns 19 anos. Obviamente, pára ao seu lado e a observa detalhadamente. Ele inicia a conversa:

“Você sabe se o 3.60 já passou?”
“É esse que estou esperando, mas acho que perdi.” – responde atenciosamente para a alegria dele.
“Era pra ele passar agora, não era?”
“Acho que sim. É 1h agora. Eu sempre pego ele esse horário.”

A conversa pára por alguns instantes, mas ele começa a observá-la novamente. Olha atentamente o material que ela carrega, a sacola escrita “Dam” alguma coisa e seu conteúdo.

No ônibus, ela mostra apenas uma nota de cinqüenta e precisa ficar na parte frente para esperar o troco. O cara, que entrou na sua frente e caminhou até o final do ônibus, não percebe o corrido e lamenta por ela não segui-lo. Conversam novamente apenas quando o momento dela descer está próximo, quando ela se aproxima da porta dos fundos. Ele comenta que gosta do reggae que está tocando e canta junto com a música. É ridículo. Ela responde sorrindo e com entusiasmo que adora o som. A hora de descer está próxima e o cara tenta aproveitar para colher maiores informações perguntando se ela estuda no Anglo, já que ela desce do ônibus na frente do colégio. Ela responde apenas que trabalha ali por perto e se despede.

O que ele sabe sobre ela? Nada? Bom, se ele é realmente bom observador, deduziu que ela trabalha apenas meio período da tarde, porque ninguém atravessa dois bairros pra almoçar. Se carregava materiais escolares, provavelmente iria do trabalho direto pra faculdade, já que ela não estuda no Ângulo e não aparenta estar no colégio ou cursinho ainda. Deve trabalhar numa loja pequena visto as condições comerciais do bairro. Talvez numa loja de roupas devido ao conteúdo de sua sacola, o que limita bastante as opções. É alegre, simpática, otimista e atenciosa, o que mostra respeito para com o cara, e não o interesse chamado de segundas intenções. Porém, poderia ter cortado a conversa logo no princípio se quisesse, mas não quis. Gosta bastante de músicas comerciais e, pelo seu cheiro, usa perfumes refinados.

Que tal se uma noite dessas, por volta das 18hs, esse cara (com a barba feita) não procurasse uma loja perto do Anglo chamada “Dam” alguma coisa, e com um reggae tocando no carro e carregando um perfume de presente ainda oferecesse carona pra faculdade? Será?