quarta-feira, julho 11, 2007

De Zé para Zé

Carla: 20 anos. Morena de cabelos compridos. Estuda administração, namora há dois anos e trabalha numa escola.
Daniela: 23 anos. Super simpática. Morena de cabelos medianos. Mostra-se com um sorriso verdadeiro no rosto o tempo inteiro. É formada em Relações Públicas e trabalha num Jornal.
Amanda: 22 anos. Morena de cabelos curtos. Estuda publicidade, extrovertida e trabalha na área de mídia.
Patrícia: 19 anos. Acabou de entrar na faculdade de direito. A única loira de olhos claros. Inteligente e esclarecida, aparenta ser mais velha.

A semelhança entre as quatro? Todas elas estão dando em cima do Zé. Pois é. Uns com tanto, e outros com tão pouco. O Zé ta com a bola toda e nem sabe ao certo! Ao contrário do que possam estar pensando, o Zé não é nenhum filé. É uma pessoa muito simples, um Zé-Qualquer. Verdade isso é!

Tanto que o Zé tava sozinho já fazia um mês. Zero. Sem nem UM beijo. Desempregado e desmemoriado, não estava no padrão qualitativo da mulherada atual. Vocês sabem como é! O Zé tava aí... tranqüilo, mas por algum mistério (ou milagre), as mulheres começaram a chegar no Zé e aparentemente esperavam sua atitude: “E aí Zé, qualé que é?”

Pois é! Nosso primitivo, simples, modesto e singelo Zé, começou a ter cuidado com sua agenda. Era muita mulher e muito compromisso pra sua cabeça sempre cheia de mé. Agora que não era mais um Zé-Ruela, era um Zé-Juan, precisava lembrar quem era quem. Não queria escolher. Queria todas. Poxa, coitado do Zé. Nunca tem ninguém! Deixa ele ter quatro, não é?

O Zé tava pasmo de agora fazer parte da verdade unânime entre os homens: basta ficar um pouco sozinho que aparecem várias ao mesmo tempo. É ridículo, até! Vejam as conexões: Carla namora! Ficava com o Zé há muito tempo e agora reapareceu toda manhosa. Daniela conheceu o Zé numa festa junina! Muito recentemente. Começaram a conversar porque ambos queriam acarajé. Já Amanda nem da cidade é. Conversava com Zé pela internet e de repente decidiu vir pra cá. E Patrícia é sua amiga colorida. Que estava em preto e branco até agora. Mas quando as outras três entraram na vida do Zé, Patrícia voltou a ser o próprio arco-íris. Impressionante, né? Quatro pessoas. Épocas diferentes. Nenhum amigo em comum entre elas. Só o Zé.

Bom, como era de se esperar, Carla viu um recado “comprometedor” da Amanda no orkut do Zé. Foi tirar satisfação e o Zé jogou na cara dela que ela já namorava o Jé. Aí a Patrícia, perfil de quem faz direito, “sem querer” foi xeretar no orkut do Zé e viu um recado comprometedor dele para a Daniela. Cheio de nhé-nhé-nhé. Patrícia jogou na cara dele a sacanagem. Ciumenta, ainda xingou a Dani. E a Dani por fim, que não sabia de nada, foi deixar um recado pro Zé e viu o recado da Patrícia descendo a lenha nela. Só conseguiu falar “Po Zé, que que é?!”

Pois é, e agora? Sabe o que ele fez? Não ficou com nenhuma: Zé-finí! Deu no pé!

segunda-feira, junho 25, 2007

O céu nunca é o que parece...

Ele abre a porta de seu quarto e, com certeza INESPERADAMENTE, vê seu filho na cama:

- JESUS CRISTO, FILHO!
- PAI!

O filho arregala os olhos, mas logo em seguida já abaixa o olhar. Coloca a mão na testa e balança a cabeça negativamente.

- Meu Deus filho... o cê ta na MINHA CAMA!
- É...
- E COM DUAS MULHER, minha nossa senhora! Olha... espero não ter interrompido isso! Sério!
- Não...a gente já... acabou.
- Graças a deus, que alívio! Não é todo dia que a gente dorme com duas! Eu por exemplo nunca dormi! Hehe. Bom, chega, fui, to fechando a porta!

- Gostei do teu pai.
- Que figura...

Severo e seco como o pai era, ele conseguiu ser genial pra despistar daquele jeito. Essa saída inesperada e totalmente teatral por parte do pai acabou sendo muito mais assustadora do que se ele simplesmente começasse a gritar. O garoto nunca tinha visto seu pai conseguir ser tão inteligente e frio pra escapar de uma situação como essa.

Dia seguinte:

- Ô pai, foi mal... olha...
- Meu filho: pode poupar as palavras. Eu falei SÉRIO ontem. Já foi muita sorte eu entrar depois que tinha acabado. Você não tem culpa de nada.
- Não?
- Tudo certo. Coisa de homem. Fica entre nós.
- Sério?!
- Sem dúvida. Você levou duas pra cama ao mesmo tempo, meu filho. Isso aí merece respeito. Te pago uma ceveja.
- Mas meu deus?! Por que me endeusar tanto só porque trouxe duas puta pra casa?!
- Ah... eram putas?
- LÓGICO QUE ERAM PUTAS! Cê pensou que fosse o que?! Duas prima de 4º grau?
- Eu... pensei que fossem duas amiga, seila, caralho!
- Isso seria impossível.
- Porra não acredito que te flagrei com duas puta dentro de casa.
- Ah, pai!
- “APAI” é aonde cê vai parar quando eu te der uma porrada, moleque! Cê fica ae pegando puta o tempo todo, é? Porra... pegando puta, filho?! – inconformado e inconsolável, dizia vagarosamente:

- Pegando puta, filho? Cê não tem coisa melhor, não?
- Orra pai...
- Ah, o quê que é isso, rapaz? Cê tem mais de 20 ano, ae! Vai arrumar uma mulher, meu! Vai ficar ae com puta se arriscando até quando, porra? Quê que é isso ... – agora o inconformado já soava como sermão.

O menino ameaçou chorar.

- Cê vai chorar, meu?! Ah, puta que o pariu, moleque! Vê se acorda. Presta atenção no que cê ta fazendo!
- Porra pai eu fiz tudo isso de propósito só pra tentar te impressionar... mesmo não querendo.
- ... comé que é?!
- EU SOU GAY, pai. Eu gosto de homens.

Ele coça a barba lentamente e lança um olhar profundo ao filho:

- Gostar de homem tudo bem. Eu gosto de você, por exemplo, mas nem por isso eu te mostro minha bunda.

quinta-feira, junho 14, 2007

No telefone com Dona Fia

Dona Fia, pra quem não sabe ou não se lembra é minha avó. Já falei sobre ela uma vez aqui (depois clica, hein?). O que marca nossas conversas é nosso papo irreverente com alguns palavrões, a liberdade e a franqueza. Dessa vez liguei pra ela porque fazia um certo tempo que não nos falávamos. Acredite, a leitura é rápida (mas se vai valer a pena ou não, depende de você!).

- Alô.
- Faaaaala, véia!
- Aaahh, Boi Véio.
- Comé que ta?
- Tudo bem aí?
- Beleza, e aí?
- Tudo bem também.
- Costurando pra sua freguesia? (minha avó chama os clientes de fregueses)
- Ah to, né? Quem que é feliz com um salário mínimo?
- Ehehe. É bom porque suas freguesas do bairro onde você morava ainda trazem costura pra você, né?
- Trazem. A Célia, a Dulce... a Célia sempre fala que você é um menino educado, diferente. As veiarada lá do bairro adoram você.
- Época boa... o mais irônico é que eu só jogava bola la e acertava bolada no carro de todo mundo. Até no da Célia.
- Ontem o João e a Ana passaram aqui.
- A ANA E O JOÃO?! Nossa, faz muitos anos que não vejo eles. Como eles tão?
- A Ana ta gorda e o João ta igualzinho. Debochado do mesmo jeito.
- Que bacana... não consigo esquecer quando o João pegou aquele cachorro da rua e colocou dentro de casa. A molecada lá da minha época chamava o cachorro de “Costelinha” porque tinha um desenho com um cachorro que tinha esse nome...

- Ah é? Bom, eles tão tudo lá ainda. Mas e a negrona, como que ta?
- Negrona? Minha irmã? Minha mãe?
- Não...a NEGRONA.
- Ah, minha cachorra.
- Isso!
- Então... ela tem comido menos. Às vezes vomita, às vezes não. Parece melhor.
- Cê sabe que os cachorro tem santo, né?
- Cachorro tem santo? Santo tipo o Agostinho?
- É. É o São Lázaro e São Roque.
- Ta, e pra que eles servem?
- Tem uma simpatia que você entrega o cach...
- COMO?! Simpatia pra cachorro?!
- Ué! Tem, ué! Você entrega a Tag pra eles. E aí eles protegem ela. É como se a Tag não fosse mais de vocês. Vocês só cuidam dela.
- Eehehe, isso é meio engraçado.
- Mais que engraçado o quê?! Encara com seriedade.
- Não, eu sei que é sério...ehe, não é bem isso.
- Sabe que é sério mas ta sempre meio ateu, né?
- Não... não é isso!
- Sem proteção a gente ta perdido, André.
- É, eu sei...

- Você ainda tem aquelas orações que eu te mandei, né? Do “Jesus está comigo, comigo Jesus está”.
- Tenho, tenho sim.
- Ah bom, tem que ter. Como você acha que consegui vencer na vida aqui? Eu vim la de Mato Grosso até aqui com duas filhas e Deus. Só me misturei com gente boa, igual ou melhor que eu. Quem só ta afim de ter inveja é atraso de vida.
- Mas é assim mesmo que tem que ser! Só tomando cuidado pra não parecer interesseiro.
- Lógico! O negócio é só ter boas amizades. Quando eu cheguei aqui eu era muito ressabiada. Foram as pessoas que vieram até mim porque me valorizaram.
- Cê era o quê?! Ressabiada?!
- É! Como posso dizer.... RESERVADA.
- Ah ta... não, mas é verdade. Você venceu totalmente na vida aqui e eu ter nascido sou prova disso. Ou prova da merda que você fez aqui.
- Teu enderevi, muleque besta.
- Meu o quê?!
- Enderevi. É coisa de um irmão meu de Mato Grosso. Ele se misturava no meio dos paraguaio e conseguia falar Guarani. Aí ele vinha até a gente e falava as coisa e a gente não entendi nada. Quando alguém falava alguma besteira, ele falava “teu enderevi”, que é tipo “seu cu”.
- hahaaahahhaahahahahhahhahahhahahaha.
- E cherevi é o “meu”.
- hahhahahaahhahahahahahhahahahahahahahhahhahahahaa. Ah meu deus... peraí, peraí... enderevi é “seu cu” e “cherevi” é “meu cu”?
- É!
- Posso colocar nossa conversa de hoje na internet, vó?
- Uai, pode.
- Ai ai... ta... beleza.
- Mas olha: anota aí mais uma oração pra quando você dormir.
- Ta, fala.

“Com deus me deito,
Com deus me levanto.
Virgem nossa senhora
Que me cubra com seu manto.

Se eu coberto com ele for,
Não terei medo nem pavor
De coisa deste mundo
Nem se de outro mundo for.”

- Anotado. Valeu vó. Beijo.
- Outro, filho, fica com deus.
- Você também.

quarta-feira, maio 30, 2007

TAG

Além de significar DIA em alemão e ser o nome de uma agência de publicidade de Souzas, TAG é o nome da minha cachorra. Nunca tive o costume de falar “fêmea” ou “cadela”. Chamo a Tag de “minha cachorra” porque acho até carinhoso, pra dizer a verdade. Desde que nasci, minha família sempre morou em apartamento e eu sou apaixonado por cachorros. Mas lá não era permitido. Faz apenas um pouco mais de um ano que nos mudamos para uma casa, e então finalmente pude escolher meu cachorro. Uma labradora, preta, com 2 meses. Sabia que a raça era fiel, companheira, brincalhona. Era o que bastava.

A primeira noite dela em casa foi no meu quarto. Ela vinha o tempo todo na minha cama, chorava, e cagou ao lado do criado mudo. “Dormi” na merda. Hoje ela tem um ano e 2 meses, mas parece que são só 2 meses. Continua me acordando TODA MANHÃ com seus latidos ensurdecedores, continua entrando na cozinha sem poder, mordendo o que pode, derrubando o que não deveria cair, detonando panos e chinelos. Bom, ela precisa de pelo menos 2 anos pra virar mocinha. Haja paciência. Às vezes não quero admitir, mas amo minha cachorra quando ela ta dormindo ou brincando, e odeio quando ela ta latindo sem parar enchendo o saco. Só recentemente que fomos descobrir que existem dois tipos de labrador: o agitado e o calmo. O calmo é o que guia cegos, por exemplo. E o agitado... bem, foi com esse tipo que eu aprendi a entender e gostar dos gatos.

Nunca vi um cachorro vomitar tanto também. Depois de um tempo parou de ser irritante e foi para preocupante. Meus pais levaram a Tag pro veterinário pra fazer Raio-X do esôfago, tórax e cervical. Foi diagnosticada uma pneumonia alérgica, que consequentemente gera bronquite. Os vômitos são causados porque provavelmente ela nasceu com uma bolsa no esôfago. Quando ela come, parte da comida vai pro estômago, parte pra bolsa. Quando a garganta se irrita por causa do alimento preso, ela vomita. E com isso o ácido do estômago vem até a bolsa e pára ali, podendo perfurá-la; a pele da bolsa é muito fina. E aí, vocês já sabem.

Ela vai tomar dois tipos de remédios por 20 dias. Um para melhorar o estômago e outro para impermeabilizar a bolsa. Se nada disso funcionar, endoscopia para estudo da bolsa. Se não adiantar, ela vai passar a comer comidas pastosas. Não pode dar nada que corra o risco de perfurar a bolsa. Se ainda não adiantar, cirurgia, o que sem dúvidas foi dito que deixará seqüelas.

Eu olho pra todo esse quadro e, dramaticamente falando, sinto como se tivesse um filho em estado terminal. Eu realmente me sensibilizo com essas coisas. Porra, é um bicho vivo! Pede comida, pede pra brincar, assusta quando você grita e pula quando você chega. É dependente de você. E aí chega um doutor e fala que ela ta toda fudida e precisa de mais cuidados ainda, porque tudo isso é extremamente raro. Isso me faz pensar no dia em que a compramos. Na verdade, uma outra família chegou na frente. A Tag seria um presente de um filho pra sua mãe. Mas a mãe não aceitou muito bem e eles fizeram a devolução. Nesse mesmo dia ela cagaria do lado meu criado mudo.

É, não tenho muito mais o que dizer. A partir de agora, a Tag é uma cachorra “especial”.

quarta-feira, maio 23, 2007

SEJA HOMEM

Recentemente, andando pelas ruas como sempre tive o costume de fazer, avistei um senhor que já denunciava sua terceira idade a duas quadras de distância. Andava em sua direção e passar por ele seria inevitável. Não que isso fosse um problema, mas por algum motivo a presença dele me intimidava. Quando estava bem perto dele, olhei em seus olhos e o cumprimentei. Ele sorriu e fez um sinal com a cabeça. Quando começaria a me distanciar ele disse:

- “Você me lembra minha juventude”.

Um pouco desconcertado, sorri, voltei em sua direção e perguntei o porquê. Ele me disse que era porque ainda não tinha me tornado um homem completo. Eu estava prestes a mandar o velho pro lugar que vocês sabem, mas aquele corpo abatido e aquelas rugas não conseguiam amenizar o olhar sóbrio e firme daquele velho. Continuei intimidado. Ele deu um sorriso de canto de boca, e simplesmente começou a discursar o que vou tentar representar em melhores palavras aqui.

“Eu era como você na juventude. E poderia ter desfrutado muito mais se alguém me dissesse o que eu vou te dizer: sempre faça o que deve ser feito, e não o que você quer fazer. Aja como deve se agir, e não como você gostaria. Agüente firme o tempo todo, muitas vezes fazendo o que você não quer, porque você sabe que é o certo. Lute também o tempo inteiro contra suas vontades e instintos que você sabe que não te farão bem. O tempo inteiro! Nunca é fácil, mas não escorregue: seja um homem.

Nunca se humilhe. Mereça. Justamente, é claro, mereça. Então, saiba que se você não teve, você não merecia. Merece algo diferente. Talvez até melhor! Paciência. Tenha sempre essa gota de amor próprio: o suficiente pra conseguir fazer você se desdobrar de esforços para conseguir o que quer, mas também suficiente pra você não se humilhar.

Na medida. Justo.

E se não conseguiu, paciência. Você já entendeu como as coisas funcionam. Você é homem. Aja como um. Ah, tenha boa memória. Se você conseguir seguir tudo até aqui, não há combate que você não vença se tiver boa memória. Não há injustiça que te vença, apenas a dor de ter paciência por mais uma vez não ter sido como você queria. Afinal, você agiu como deveria agir. Fez o certo, e não como gostaria. Foi um homem.

Entende o que eu digo?”

Fez uma pausa e com certeza notou minha perplexidade. Então continuou:

“Não, jovem! Não! Você não será infeliz. Muito pelo contrário. Começará a agir sempre assim instintivamente”. – sorriu mostrando a dentadura amarelada e concluiu:

“Pode errar de vez em quando! Não se preocupe tanto, também. Falam por aí que a gente é o ser mais evoluído da Terra, mas ainda somos muito imperfeitos. Agora pode ir, eu preciso cuidar do meu reumatismo”.

Entrou em sua casa e me deixou com a seguinte dúvida: se eu fizer o que deve ser feito, o certo, quando eu vou viver da maneira que eu gostaria? Então o que eu quero nunca é o certo? Ou é só uma questão de bom senso já que sabemos quando estamos ou não errados? Ou não sabemos? Ou simplesmente posso mandar tudo isso pra puta que pariu já que o velho não tinha como saber de fato se era como eu na juventude?

Sinto muito, sem conclusões finais dessa vez.

terça-feira, maio 15, 2007

Vidas Paralelas

Ele acordou com a garganta queimando. Não conseguia engolir nem a própria saliva de tanta dor. Ainda na cama, olhou pro teto e teve a certeza: “Hoje vai ser Ô dia...” Foi cuidar da sua garganta pela manhã preparando algumas bebidas mais quentes, ligou na farmácia e esqueceu que essas atividades fora da rotina o estavam atrasando para o trabalho.

Ela acordou de um sonho onde estava numa praia tomando sol, e vários surfistas nus tampavam suas partes íntimas com suas pranchas. Ainda na cama, agradeceu: “Ai ai, que bela manhã de segunda-feira”. Vestiu sua melhor roupa social e foi apresentar seu projeto numa empresa de grande porte, localizada num edifício empresarial.

No horário de almoço ele já não tinha mais emprego. O seu atraso de meia hora fez com que seu cliente tomasse um chá de cadeira insuportável e esperasse ele chegar apenas para comunicar que estava indo para o concorrente. O problema é que esse era o maior cliente da empresa. Ele foi demitido com mais nove funcionários.

Já o projeto dela foi tão aplaudido que todo o andar térreo do edifício olhou para cima instintivamente. Foi contratada na hora como consultora e já tinha como aplicar seu projeto numa empresa em Recife, durante um ano. Viajaria a trabalho com um mais um casal.

16h30min ele estava em casa. Poderia ter chegado mais cedo se um carro-forte não tivesse batido em seu carro. Deitou em sua cama, olhou mais uma vez pro teto e teve a certeza: “Ainda vai piorar!”. Tentou ligar pra sua namorada, mas “o número chamado está desligado ou fora da área de serviço”.

19h30min ela chegou exausta em casa. Tinha acabado de fazer um menage a troi (sexo a três) com o casal supostamente profissional. Traiu o homem que já estava em sua vida, mas tudo estava tão bem que praticamente não se importou. Estava disposta a falar com ele. Terminaria o que tinham. Ela ficaria fora por um ano, mesmo! Até ligaria pra ele, mas o viu entrando no MSN com o nick “caralho, que dia filho da puta”. Ela digita:

“Oi amor! Parece que você teve um dia difícil, mas preciso te contar umas coisas...”

terça-feira, maio 08, 2007

The End...

Não sirvo pra essa coisa de escrever por temas diariamente. Gosto da idéia, mas não gosto do tipo de trabalho (não é que eu não goste de trabalhar, hein?!).

Prefiro escrever quando tenho vontade, quando tenho algo a dizer (pelo menos no blog dá pra ser asim). E no momento, o que tenho vontade de dizer está no Abbey Road, o melhor álbum que o mundo já (ou)viu. Só podia ser dos Beatles, claro!


"And in the end, the love you take is equal to the love you make."


The End - The Beatles
(obs.: vocês não acharam que era o fim do assevA adiV só por causa do título, né? Bom, desculpe a decepção, mas ainda não será dessa vez.)

sexta-feira, maio 04, 2007

N.MSN.S

·#·$28●๋• $30 • ao invés de colocar frases de amor no nick...vamos mandar todo mundo ir tomar no cú?! • ·$28 - (vtnc@hotmail.com)*

*Endereço de email fictício.

quinta-feira, maio 03, 2007

Quando Eu Penso Demais...

Eu não quero mais entender a vida.
Não quero mais fazer suposições, especulações, conjecturas ou indignações.
Não há filosofia que supere esse desgaste.

Não quero mais saber o porquê do por que.
Não faço mais questão de que as coisas tenham sentido.
Não quero mais procurar por respostas e frases perfeitas.
Não há esforço que faça tudo isso valer a pena.

Não quero mais ter crenças. Quero ser livre.
Não quero mais papo. Mostre-me a realidade que eu te mostro como sou amargo.

Eu quero apenas sobreviver um dia após o outro.
Se não for por isso, por que mais estaríamos aqui?!
Bem...não sei, não quero mais saber, e foda-se quem sabe.


assevA adiV agora é:
2as feiras – Quando eu era criança / Aconteceu no tempo da escola
3as feiras – Às vezes eu queria ser
4as feiras – A primeira vez que eu
5as feiras – Quando eu penso demais (viagens)
6as feiras – Nick MSN da Semana (N.MSN.S.)

quarta-feira, maio 02, 2007

A Primeira Vez Que Eu...

Tomei ponto! Doeu hein, velho? Puta que pariu! Como muitas pessoas por aí, eu também tomei uns 6 pontos no queixo e tenho uma pequena cicatriz onde não cresce barba: uma graça.

Eu andava de skate todo dia no bairro em que minha avó morava. No começo ficava mais ajoelhado, afinal, em pé era coisa de profissional. Então eu decidi criar minha própria modalidade: deitado. Isso mesmo. Peito pro skate, remada com os braços. Ficou óbvio né? Fui estrear minha modalidade subindo um morrinho e meus braços magrelos não agüentaram a remada, logo, o skate desceu e eu fui seco pra frente. Caí de queixo na rua e já abri o bocão. Acho que minha avó falou alguma coisa sobre eu não chorar porque a abertura da minha boca poderia aumentar mais o corte. (¬¬)

Meu pai saiu correndo do trabalho, chegou à casa da minha avó, me colocou no carro e correu tanto pra chegar ao hospital que até merecia estar numa McLaren. Eu berrava o tempo inteiro, mas lembro que ele entrou na contra-mão numa rua pra cortar caminho. Um cara gritou “TA NA CONTRA MÃO, MANO”. Pela primeira vez eu vi meu pai falar um palavrão: “EU TO COM EMERGÊNCIA PORRA”.

No hospital foi pior. Aquelas nega espirraram cada coisa no meu queixo que eu me senti um vampiro tomando banho de água benta. Depois colocaram um pano preto por cima e começaram a costurar. Eu tenho a cena na memória da agulha descendo e subindo, e eu perguntando o tempo inteiro se aquilo tava acabando.

Evolução, meus caros, a partir daí comecei a andar em pé (só me machuquei mais depois disso e nunca aprendi a fazer grandes manobras, mas evoluí!).
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terça-feira, maio 01, 2007

Às Vezes Eu Queria Ser...

EMO. Mentira. Jamais conseguirei cobrir meu olho com meus cabelos. Às vezes eu queria ser mais criativo. Pra falar a verdade, esse seria o momento exato. Não soube pensar em algo que gostaria de ser. Bom, claro que todos nós queremos ser ricos, atléticos, lindos e saudáveis, mas isso é impossível. Menos pra mim, que só queria ser mais criativo.

A questão é que não vou falar sobre querer ser mais rico ou mais bonito porque isso é muito óbvio. Então continuo falando sobre nada na tentativa de enganar o leitor até o final desse texto medíocre. Cara, escrever todo dia, ainda que sobre coisas do seu domínio, nunca é fácil. Eu fiz a promessa de que voltaria a escrever diariamente. Quase ninguém vem aqui, mas esse hábito é bom pra mim (ai, que clichê-desculpa mais velho esse).

Paciência; pego o ritmo de volta aos poucos. No trabalho, quando o dia é ruim pra escrever, a gente não tem escolha. Aqui, nesse bloguinho de merda, dá pra ter uma tolerância.

Foi mal!

segunda-feira, abril 30, 2007

Quando Eu Era Criança...

Eu assisti pela primeira vez a uma entrevista com o Chaves, mas obviamente como Roberto Gómez Bolaños, seu nome real. Eu assustei por não vê-lo travestido como mendigo e por não falar português; não entendia ainda que o Chaves fosse um personagem e que Roberto Gómez fosse um ator! Apenas a partir dessa entrevista eu percebi que o Chaves não era brasileiro, e fiquei feliz!

O “ideal” seria ficar decepcionado, porque se ele fosse brasileiro nós teríamos mais um puta humorista clássico e inesquecível, que talvez até superasse Chico Anysio (quase que eu escrevo "anízio"). Mas fiquei feliz porque achava legal um cara de outro lugar que não fosse o Brasil fazer fama em nossa pátria, e ainda vir até aqui nos agradecer por tanto carinho por seu personagem. Isso era simplesmente awesome!

Ei, eu era uma criança! Sem pedras! Ninguém tem paciência comigo!

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domingo, abril 22, 2007

Atípico

Como promessa de que tentarei mais uma vez manter minha semana cheia aqui no blog, resolvi postar esse final de semana um texto atípico. Boas ou ruins, eu sempre gostei de fazer rimas.

Quando é que você vai deixar de jogar e começar a exercer?
Quando é que você vai parar de desejar e começar a ter?
Quando é que você vai brigar até se acabar e fazer valer?
Quando vai se sacrificar e não se interessar em entender?

Quando vai parar de questionar e começar a viver?
Quando vai se cansar de que nem tudo se pode querer?
Quando vai consertar seu mundo e começar a correr?
Quando vai lutar pelo que não se consegue esquecer?

Motivos e escolhas movem nossas vidas diariamente.
Sorte e azar não escolhem pessoas coerentemente.
Pessoas escolhem sorte ou azar inconscientemente.
Aceite, as coisas sempre acontecem simultaneamente.

Entenda que tudo nesta vida é uma incerteza.
Variáveis incontroláveis dominam a natureza
E nem tudo gira em torno de nossa destreza.
Não espere pelo momento ideal de clareza.

Jamais se curve a uma circunstância.
Pessoas prezam muito sua importância.
Saiba discernir onde está sua relevância
E então use de forme positiva sua ganância.

segunda-feira, abril 09, 2007

Quando Eu Era Criança...

Eu tive meu primeiro contato com a palavra “inflação”. Foi no “Diarinho”, um jornal para crianças que vinha no Diário de SP. Naquilo que chamamos de contracapa, ou mais precisamente na terceira capa, havia sempre história em quadrinhos, na maioria das vezes da Turma da Mônica. Não me recordo da historia, só lembro que no final um monstro feio e verde aparecia e nele estava escrito “inflação”. Tudo o que eu sabia na época era que as pessoas não gostavam da inflação porque tudo ficava mais caro. Então aprendi que Inflação era um monstro horroroso. Aprendi o que deveria sentir sobre ela.

Parece que nada foi tão claro e esclarecedor quanto aquela historinha. Bem “melhor” do que os ensinamentos complexos em aulas de Estudos Sociais, Economia, Antropologia! Eheh. Quem me dera se a didática das escolas e faculdades fosse assim. A gente ia aprender cada analogia...é uma pena que o assunto não me apeteça.

***

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sexta-feira, abril 06, 2007

Nick MSN da Semana (N.MSN.S)

·#- BBB - Alemão KaiNiMimSemRoupaComUmMilhão.! =D ·$6~*~·$29 • Acorda para ver que eu só te quero bem.! • ·$6 ~*Você tem o necessário pra me libertar*~ (tonnemvendo@hotmail.com) *1


*1 - Endereço de e-mail fictício

quarta-feira, abril 04, 2007

A Primeira Vez Que Eu...

Tirei um C! Putz, mano... foi foda! Essa história caberia na segunda feira, mas acho que ela fica ideal aqui. Meu primeiro C foi na terceira série, em 1993, numa prova de ciências, se não me engano. Professora Sandra. Muito gente boa e amiga da molecada.

Até aí eu só tirava A, e algumas vezes um B. O conceito C ainda estava na média, mas a idéia de ter no boletim o conceito C não agradava a mim, e provavelmente não agradaria meus pais. Mas pra tudo se tem a primeira vez, não é? A maldita prova chegou e eu lembro até hoje de ter visto aquela nota e não conseguir pensar direito. Olhava meus vários erros e achava que a professora estava errada. Desespero, frustração, medo. Eu era uma criança perdida!

Cheguei em casa e entreguei a prova pros meus pais aos prantos. Um berreiro só. Acho que eles se comoveram e começaram a olhar a avaliação. De alguma maneira eles concordaram comigo: a professora estava errada. Eu não poderia ter ido tão mal assim. Lembro também que eles ficaram fazendo anotações na minha prova e no final circularam o conceito C, escrito pela professora, como uma sinalização do erro.

Fiquei mais tranqüilo, mas a nota nunca mudou. Esse foi meu start. Na 4ª série os C’s eram freqüentes. Na 5ª eu já tirava D, E, e ficava de recuperação direto. Minha mãe dizia “porra andré, mas não dá nem pra você tirar um C?”.
Pois é... eu não era burro, era preguiçoso. Pegar um livro de historia e estudar capitanias hereditárias era foda. Pegar o livro de geografia e estudar vegetação brasileira era tremendamente chato. Deu no que deu. Acreditem se quiser: nunca bombei ano nenhum. Eu ia bem na escola, mas só quando eu queria (ou quando precisava). =D

***

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terça-feira, abril 03, 2007

Às Vezes Eu Queria Ser...

Um PUTA ignorante!

Ser cego à realidade que nos cerca.
Estar satisfeito com as informações que me dão.
Ser indiferente às coisas que me dizem.
Ser descurioso quanto ao que tramam.
Ser despreocupado com minhas palavras.
Não ter perspectivas do amanhã, apenas do hoje.
Ter a mesma consciência de um cachorro.
Não sentir raiva por causa da incompreensão.
Não ter nada e achar que tenho tudo.
Não ser ninguém e achar que se importam comigo.

Mas, (in)felizmente, tenho que viver com outros conceitos, sabendo:

Que a realidade nunca é doce.
Que as informações que chegam até mim (e não as que procuro) podem ser falsas ou insuficientes.
Que as pessoas competem com palavras por necessidade, auto-afirmação e "poder".
Que alguém sempre quer se dar bem, custe o que custar.
Que eu não terei amanhã se não souber o que fazer hoje.
Que minha consciência é um muro enorme e sempre me deixa em cima dele.
Que cultura sempre trará inconformidade, injustiça e raiva.
Que tenho conquistas, mas ainda estou longe do que quero.
Que respeito se adquire lutando e não se impondo, como muitos tentam fazer.


É foda. Às vezes eu quero ser ignorante.


***

assevA adiV agora é
2as feiras – Quando eu era criança / Aconteceu no tempo da escola
3as feiras – Às vezes eu queria ser
4as feiras – A primeira vez que eu
5as feiras – Quando eu penso demais (viagens)
6as feiras – Nick MSN da Semana (N.MSN.S.)

segunda-feira, abril 02, 2007

2a feira - Quando Eu Era Criança...

Eu adorava jogar queimada com minhas primas. Uma era um ano mais nova que eu, a Carol, e a outra era mais velha dois anos, a Juliana. Sempre que jogávamos, era eu e a Carol contra a Juliana, nada mais justo visto que eram duas crianças contra uma pré-adolescente. Quando minha prima mais velha era queimada, ela ia pro céu e ficava lá sozinha. Interessante, né?

Teve um dia que eu estava inspirado. Bolei uma maneira genial de queimar a Juliana: jogar a bola no pé dela, mas arremessá-la rente ao chão e fazer com que ela bata na pessoa sem pingar, porque esse é o princípio da queimada! Eu tentei. Juro até hoje que aquela bola não pingou. Ela saiu da minha mão e foi paralela ao chão até encostar no pé de minha prima. Mas toda vez que a família se reúne, essa história vira piada pras duas e elas riem de mim até hoje. Eu nem me defendo mais.
***
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sexta-feira, março 30, 2007

Nick MSN da Semana (N.MSN.S)

Josenilda (*1) - Psicanalise Amorosa: 200 conto a HR!! Psicanalise simples: 150 conto a hr!! JUro q ficarei milionaria ainda!! =) retardads_rlz'@hotmail.com (*2 )

*1 - Nome fictício.
*2 - Endereço de email fictício.



quinta-feira, março 29, 2007

Quando Eu Penso Demais...

eu começo a ver certas semelhanças...









Incrível, não?! A última moçoila é a Cindy Lauper nos anos 80. Não sei como ainda não fizeram nenhum filme dos ThunderCats!

quarta-feira, março 28, 2007

A Primeira Vez Que Eu...

Transei. Mentira, é lógico. Seria muito clichê descrever minha primeira vez sexual depois de um título desses. Quem sabe numa outra quarta-feira, quando isso não ficar mais tão óbvio! – como se vocês fossem muito interessados na minha 1ª vez.

A primeira vez que eu ouvi

o chicote do Beto Carreiro! Cara! Sabe aquele barulhinho de chicote que aparecia na TV toda vez que falavam do Beto Carreiro?! O locutor falava “Beto Carreiro” e em seguida o chicote brilhava até a ponta com o barulhinho em sincronia perfeita...lembrou?

Aquele barulhinho me dava um estalo interno, uma euforia, uma vontade de acompanhar o som. Então, na segunda vez que ouvi, eu tentava reproduzir o som com a boca! Não tinha como não fazer, era empolgante. Conforme os rápidos segundos vão passando, o sonzinho se torna excitante e você sente o estouro!
A bagaça tocava e eu já começava a fazer o “mesmo” som em cima. E depois acrescentei gestos. Conforme reproduzia o som, erguia minha mão direita, praticamente lançando um chicote.

Não sei explicar o que aconteceu, mas acho que tenho uma doença voluntária. Eu nunca mais consegui deixar de fazer a imitação e o gesto. Até hoje, se por acaso passa na TV ou alguém lembra, já solto na hora o sonzinho, ergo a mão e mostro toda a empolgação Indiana Jones que percorre meu ser, sem a menor vergonha.

Por favor, salvem-me e digam que vocês fazem algo parecido! Eu sei que fazem!!

terça-feira, março 27, 2007

Às Vezes Eu Queria Ser...

O Billie Joe. Ele é vocalista e guitarrista do Green Day. Eu idolatrava a banda no auge da minha adolescência. As músicas eram exatamente aquilo que eu gostava de ouvir e as letras eram exatamente o que eu estava passando. E pra fechar, o cara era muito novo e muito doido!

Falo de querer ser o Billie Joe não pra ter a vida que ele tem, mas pelo fato de que assim eu poderia ser um rockstar da maneira que eu gostaria de ser. Os “benefícios” de ser um rockstar todos conhecem, mas eu não to falando primordialmente das mulheres, fama, drogas, etc. Eu to falando de música! De milhões de pessoas cantando a música que você compôs pra você mesmo, no seu quarto aos 18 anos, quando tava puto pra caralho. É incrível!

O cara era meio anti-herói. Se drogava absurdo pra fazer shows, dirigia drogado, já tocou pelado, falava mal de outros estilos musicais, adorava falar palavrões em seqüência ao vivo. Era hilário porque ele fazia tudo isso se divertindo, e não pagando de foda, até porque ele se zuava como guitarrista (ele não era exemplar e raramente fazia solos). Mas ele conseguia compor músicas que não me deixavam parado! Eu queria sair correndo e pegar minha guitarra pra tocar também, mas às vezes preferia ouvir a música umas 6 vezes primeiro! Ele revolucionou o lado punk rock nos anos 90, explodiu junto com Kurt Kobain e deu origem a várias bandas. De uma forma muito simples, o cara era realmente original pra época e o power trio tinha uma energia que uma música de 2 min te deixava delirando! Porra! Claro que eu queria ser o Billie Joe!

A banda hoje é totalmente diferente do que era. Ainda respeito o Billie Joe porque querendo ou não, a banda evoluiu, e ele assumiu o tipo de música que quer tocar. O que me incomoda e me decepciona é porque ele meio que falou um “fuck off” pros fãs do punk e um “hello” pros fãs do comercial, do emo e do pop, o que agora sim faz do Green Day uma das maiores bandas atuais. Perdeu a graça!

Poderia falar mais sobre o cara, mas aí é muita viadagem e o post ia ficar muito longo. Acho que já deu pra vocês entenderem o espírito da coisa... Billie Joe Armstrong, seu puto, às vezes eu queria ser você!

segunda-feira, março 26, 2007

Quando Eu Era Criança...

Eu escrevi minha primeira crônica. Eu havia decidido escrever sobre meu último dia de aula da 2a. série, mais ou menos, e é claro que ele tinha um motivo especial. Inspirado por uns dos primeiros livros que me identifiquei, "Diário de um hipocondríaco", fiz praticamente a mesma coisa que o protagonista. Ele escreve num determinado dia que trocou um beijo no rosto com uma garota, e então começou a achar que estavam namorando. Aquilo me soou ridiculamente engraçado, o que me causou simpatia no carinha.

Acontece que nesse meu último dia de aula, eu me lembro perfeitamente que dei um beijo no rosto da menina que gostava. A mãe dela havia chegado, nos cumprimentou, e pediu pra filha se despedir de mim. Cheguei em casa, corri para minha agenda e escrevi tudo o que aconteceu nesse dia, só pra terminar escrevendo sobre o beijo. Lembro visualmente da página da agenda e da fala que eu escrevi pra mãe da menina que beijei:

“– OOOOoooiii”

E no final eu terminava dizendo que apesar de não parecer ter significado muita coisa pra ela, pra mim significou, “pois foi o primeiro beijo que eu dei em uma menina”. Ainda me lembro que minhas primas um dia acharam a agenda e leram a maldita “crônica”. Meu sentimento foi indescritivelmente vergonhoso.

sexta-feira, março 23, 2007

Nova Temporada

Devido ao baixo índice de audiência no meu blog, vou mudar um pouco sua característica. Tudo bem, admito que a audiência (de 8 ou 9 leitores em média por texto) caiu porque eu parei de escrever, mas isso é um mero detalhe.

A partir de agora tentarei escrever diariamente, com exceção dos finais de semana (é LÓGICO). O blog terá 5 temas:

2as feiras – Quando eu era criança / Aconteceu no tempo da escola
3as feiras – Às vezes eu queria ser
4as feiras – A primeira vez que eu
5as feiras – Quando eu penso demais (viagens)
6as feiras – Nick MSN da Semana (N.MSN.S.)

Vamos ver por quanto tempo sobrevivo. Meu amigo Fabio fez a mesma coisa no blog dele e durou duas semanas aproximadamente. Ele não escreve desde dezembro do ano passado.

Só pra não haver represálias, o tema de 6ª feira não tem a intenção de ridicularizar ninguém (mas às vezes terá). Se você ver seu nick no meu blog não se ofenda, apenas saiba que seu nick me chamou a atenção de alguma maneira, ok amiguinho? Relaxe, não vou comentar nada sobre ele. Vou deixar que as pessoas comentem!

Divirtam-se (ou não).
Até segunda.

quarta-feira, março 07, 2007

Weird Thoughts

São exatamente duas horas da manhã. Dia 07, número bastante cabalístico e bíblico. Sabe o que eu penso nessas horas? Que são 14hs no Japão. Dia 08, número talvez cabalístico e provavelmente nada bíblico. Imagino que nesse momento, lá na terra dos japas, tem um vagabundo de 21 anos acordando agora. Tem um executivo comendo sua secretária num motel barato aproveitando o horário de almoço, tem gente tomando uma porrada de comprimidos e não verá o dia 09.

Tem também um moleque sozinho em casa, vendo pornografia na internet e se masturbando. Repugnante. Tem uma garota descolada achando que nunca irá se casar e um nerd procurando namoradas em chat. Talvez também exista um jovem responsável e desesperado a procura de um emprego, um robô humano (tipo a babá do desenho dos Jetson) fora de controle e destruindo tudo o que vê pela frente. Só lá mesmo!

Ainda deve ter um casal rompendo a relação por traição e mais uns 3 se preparando pro casamento às 19hs (7hs da manhã aqui). Deve ter uma criança de 12 anos tentando entender o fuso horário do mundo (que acabou de aprender em geografia ou algo semelhante). Com certeza alguém lá acabou de fazer uma grande descoberta e está preparado pra enfrentar o mundo. Tem gente nascendo quando não estava nos planos e tem gente morrendo pra alegria de alguns.

Mas será que tem alguém imaginando que um louco está acordado esse horário e escrevendo um texto sem sentido como esse?

Provavelmente.

Obs – o título em inglês é só porque a língua me agrada.

domingo, janeiro 14, 2007

Na Falta de Energia Elétrica

Era uma noite como qualquer outra, 20:55h. Mas basta a falta de energia elétrica para que tudo ganhe uma atmosfera diferente. Sem computador, TV, geladeira ou qualquer outro entretenimento disponível (já que sua vida era praticamente cibernética), deitou em sua cama e, sob a luz de uma vela, deixou as lembranças virem espontaneamente.

O primeiro pensamento foi para ela, claro. A mulher que tanto desejava e admirava. Lembranças de algumas conversas, de um olhar, de palavras mágicas ditas por ela, mas consideradas assim apenas por ele. Lembrou do dia em que acidentalmente tocaram as mãos e decidiu abstrair-se desse pensamento. Não era mais um garoto de 15 anos. Não podia se apaixonar assim, estar tão submisso a um sentimento e tão carente de alguém.

Então se lembrou da sua adolescência, quando fazia sentido se apaixonar e se decepcionar. Lembrou das inúmeras vezes em que fizera papel de ridículo perto de uma garota, que fora traído. Quantas vezes o machucaram. Deu um pequeno sorriso para si, e, olhando para a vela que agora se movimentava com a força do vento, achou graça do fato de um dia pensar ter se tornado mais forte por ter sido magoado tantas vezes. Ou ainda de ter se transformado num cético para o amor. A quem enganar? Estava apaixonado por ela e quase admitindo, pronto para se decepcionar mais uma vez. Todas que já o entristeceram foram queridas por ele. Umas mais, outras menos. Mas nenhuma foi por acaso.

Testou a luz e nada acendeu. Realmente queriam fazê-lo pensar, então tentou entender de onde vinha o sentimento ruim daquele momento. Se era bem quisto por todos, se todos realçavam suas qualidades, se o futuro era tão promissor, o que poderia estar tão errado? Questionou-se então o porquê de não ter alguém do seu lado nesse momento, e percebeu que ser romântico é uma vantagem sim, se você estiver nos anos 60/70 e for um cantor. Viu que hoje os “garotos bons terminam por último”, e tudo fez sentido. Não é por acaso que os imprestáveis são os mais acompanhados e que os bonzinhos são os mais chutados. Mulheres definitivamente não sabem o que querem.

Encerrou a discussão mental e voltou a consciência para seu quarto. Testou a luz novamente. Nada. Pensou um pouco mais e então teve a sensação: a falta de energia não o incomodava mais.