quarta-feira, julho 11, 2007

De Zé para Zé

Carla: 20 anos. Morena de cabelos compridos. Estuda administração, namora há dois anos e trabalha numa escola.
Daniela: 23 anos. Super simpática. Morena de cabelos medianos. Mostra-se com um sorriso verdadeiro no rosto o tempo inteiro. É formada em Relações Públicas e trabalha num Jornal.
Amanda: 22 anos. Morena de cabelos curtos. Estuda publicidade, extrovertida e trabalha na área de mídia.
Patrícia: 19 anos. Acabou de entrar na faculdade de direito. A única loira de olhos claros. Inteligente e esclarecida, aparenta ser mais velha.

A semelhança entre as quatro? Todas elas estão dando em cima do Zé. Pois é. Uns com tanto, e outros com tão pouco. O Zé ta com a bola toda e nem sabe ao certo! Ao contrário do que possam estar pensando, o Zé não é nenhum filé. É uma pessoa muito simples, um Zé-Qualquer. Verdade isso é!

Tanto que o Zé tava sozinho já fazia um mês. Zero. Sem nem UM beijo. Desempregado e desmemoriado, não estava no padrão qualitativo da mulherada atual. Vocês sabem como é! O Zé tava aí... tranqüilo, mas por algum mistério (ou milagre), as mulheres começaram a chegar no Zé e aparentemente esperavam sua atitude: “E aí Zé, qualé que é?”

Pois é! Nosso primitivo, simples, modesto e singelo Zé, começou a ter cuidado com sua agenda. Era muita mulher e muito compromisso pra sua cabeça sempre cheia de mé. Agora que não era mais um Zé-Ruela, era um Zé-Juan, precisava lembrar quem era quem. Não queria escolher. Queria todas. Poxa, coitado do Zé. Nunca tem ninguém! Deixa ele ter quatro, não é?

O Zé tava pasmo de agora fazer parte da verdade unânime entre os homens: basta ficar um pouco sozinho que aparecem várias ao mesmo tempo. É ridículo, até! Vejam as conexões: Carla namora! Ficava com o Zé há muito tempo e agora reapareceu toda manhosa. Daniela conheceu o Zé numa festa junina! Muito recentemente. Começaram a conversar porque ambos queriam acarajé. Já Amanda nem da cidade é. Conversava com Zé pela internet e de repente decidiu vir pra cá. E Patrícia é sua amiga colorida. Que estava em preto e branco até agora. Mas quando as outras três entraram na vida do Zé, Patrícia voltou a ser o próprio arco-íris. Impressionante, né? Quatro pessoas. Épocas diferentes. Nenhum amigo em comum entre elas. Só o Zé.

Bom, como era de se esperar, Carla viu um recado “comprometedor” da Amanda no orkut do Zé. Foi tirar satisfação e o Zé jogou na cara dela que ela já namorava o Jé. Aí a Patrícia, perfil de quem faz direito, “sem querer” foi xeretar no orkut do Zé e viu um recado comprometedor dele para a Daniela. Cheio de nhé-nhé-nhé. Patrícia jogou na cara dele a sacanagem. Ciumenta, ainda xingou a Dani. E a Dani por fim, que não sabia de nada, foi deixar um recado pro Zé e viu o recado da Patrícia descendo a lenha nela. Só conseguiu falar “Po Zé, que que é?!”

Pois é, e agora? Sabe o que ele fez? Não ficou com nenhuma: Zé-finí! Deu no pé!

segunda-feira, junho 25, 2007

O céu nunca é o que parece...

Ele abre a porta de seu quarto e, com certeza INESPERADAMENTE, vê seu filho na cama:

- JESUS CRISTO, FILHO!
- PAI!

O filho arregala os olhos, mas logo em seguida já abaixa o olhar. Coloca a mão na testa e balança a cabeça negativamente.

- Meu Deus filho... o cê ta na MINHA CAMA!
- É...
- E COM DUAS MULHER, minha nossa senhora! Olha... espero não ter interrompido isso! Sério!
- Não...a gente já... acabou.
- Graças a deus, que alívio! Não é todo dia que a gente dorme com duas! Eu por exemplo nunca dormi! Hehe. Bom, chega, fui, to fechando a porta!

- Gostei do teu pai.
- Que figura...

Severo e seco como o pai era, ele conseguiu ser genial pra despistar daquele jeito. Essa saída inesperada e totalmente teatral por parte do pai acabou sendo muito mais assustadora do que se ele simplesmente começasse a gritar. O garoto nunca tinha visto seu pai conseguir ser tão inteligente e frio pra escapar de uma situação como essa.

Dia seguinte:

- Ô pai, foi mal... olha...
- Meu filho: pode poupar as palavras. Eu falei SÉRIO ontem. Já foi muita sorte eu entrar depois que tinha acabado. Você não tem culpa de nada.
- Não?
- Tudo certo. Coisa de homem. Fica entre nós.
- Sério?!
- Sem dúvida. Você levou duas pra cama ao mesmo tempo, meu filho. Isso aí merece respeito. Te pago uma ceveja.
- Mas meu deus?! Por que me endeusar tanto só porque trouxe duas puta pra casa?!
- Ah... eram putas?
- LÓGICO QUE ERAM PUTAS! Cê pensou que fosse o que?! Duas prima de 4º grau?
- Eu... pensei que fossem duas amiga, seila, caralho!
- Isso seria impossível.
- Porra não acredito que te flagrei com duas puta dentro de casa.
- Ah, pai!
- “APAI” é aonde cê vai parar quando eu te der uma porrada, moleque! Cê fica ae pegando puta o tempo todo, é? Porra... pegando puta, filho?! – inconformado e inconsolável, dizia vagarosamente:

- Pegando puta, filho? Cê não tem coisa melhor, não?
- Orra pai...
- Ah, o quê que é isso, rapaz? Cê tem mais de 20 ano, ae! Vai arrumar uma mulher, meu! Vai ficar ae com puta se arriscando até quando, porra? Quê que é isso ... – agora o inconformado já soava como sermão.

O menino ameaçou chorar.

- Cê vai chorar, meu?! Ah, puta que o pariu, moleque! Vê se acorda. Presta atenção no que cê ta fazendo!
- Porra pai eu fiz tudo isso de propósito só pra tentar te impressionar... mesmo não querendo.
- ... comé que é?!
- EU SOU GAY, pai. Eu gosto de homens.

Ele coça a barba lentamente e lança um olhar profundo ao filho:

- Gostar de homem tudo bem. Eu gosto de você, por exemplo, mas nem por isso eu te mostro minha bunda.

quinta-feira, junho 14, 2007

No telefone com Dona Fia

Dona Fia, pra quem não sabe ou não se lembra é minha avó. Já falei sobre ela uma vez aqui (depois clica, hein?). O que marca nossas conversas é nosso papo irreverente com alguns palavrões, a liberdade e a franqueza. Dessa vez liguei pra ela porque fazia um certo tempo que não nos falávamos. Acredite, a leitura é rápida (mas se vai valer a pena ou não, depende de você!).

- Alô.
- Faaaaala, véia!
- Aaahh, Boi Véio.
- Comé que ta?
- Tudo bem aí?
- Beleza, e aí?
- Tudo bem também.
- Costurando pra sua freguesia? (minha avó chama os clientes de fregueses)
- Ah to, né? Quem que é feliz com um salário mínimo?
- Ehehe. É bom porque suas freguesas do bairro onde você morava ainda trazem costura pra você, né?
- Trazem. A Célia, a Dulce... a Célia sempre fala que você é um menino educado, diferente. As veiarada lá do bairro adoram você.
- Época boa... o mais irônico é que eu só jogava bola la e acertava bolada no carro de todo mundo. Até no da Célia.
- Ontem o João e a Ana passaram aqui.
- A ANA E O JOÃO?! Nossa, faz muitos anos que não vejo eles. Como eles tão?
- A Ana ta gorda e o João ta igualzinho. Debochado do mesmo jeito.
- Que bacana... não consigo esquecer quando o João pegou aquele cachorro da rua e colocou dentro de casa. A molecada lá da minha época chamava o cachorro de “Costelinha” porque tinha um desenho com um cachorro que tinha esse nome...

- Ah é? Bom, eles tão tudo lá ainda. Mas e a negrona, como que ta?
- Negrona? Minha irmã? Minha mãe?
- Não...a NEGRONA.
- Ah, minha cachorra.
- Isso!
- Então... ela tem comido menos. Às vezes vomita, às vezes não. Parece melhor.
- Cê sabe que os cachorro tem santo, né?
- Cachorro tem santo? Santo tipo o Agostinho?
- É. É o São Lázaro e São Roque.
- Ta, e pra que eles servem?
- Tem uma simpatia que você entrega o cach...
- COMO?! Simpatia pra cachorro?!
- Ué! Tem, ué! Você entrega a Tag pra eles. E aí eles protegem ela. É como se a Tag não fosse mais de vocês. Vocês só cuidam dela.
- Eehehe, isso é meio engraçado.
- Mais que engraçado o quê?! Encara com seriedade.
- Não, eu sei que é sério...ehe, não é bem isso.
- Sabe que é sério mas ta sempre meio ateu, né?
- Não... não é isso!
- Sem proteção a gente ta perdido, André.
- É, eu sei...

- Você ainda tem aquelas orações que eu te mandei, né? Do “Jesus está comigo, comigo Jesus está”.
- Tenho, tenho sim.
- Ah bom, tem que ter. Como você acha que consegui vencer na vida aqui? Eu vim la de Mato Grosso até aqui com duas filhas e Deus. Só me misturei com gente boa, igual ou melhor que eu. Quem só ta afim de ter inveja é atraso de vida.
- Mas é assim mesmo que tem que ser! Só tomando cuidado pra não parecer interesseiro.
- Lógico! O negócio é só ter boas amizades. Quando eu cheguei aqui eu era muito ressabiada. Foram as pessoas que vieram até mim porque me valorizaram.
- Cê era o quê?! Ressabiada?!
- É! Como posso dizer.... RESERVADA.
- Ah ta... não, mas é verdade. Você venceu totalmente na vida aqui e eu ter nascido sou prova disso. Ou prova da merda que você fez aqui.
- Teu enderevi, muleque besta.
- Meu o quê?!
- Enderevi. É coisa de um irmão meu de Mato Grosso. Ele se misturava no meio dos paraguaio e conseguia falar Guarani. Aí ele vinha até a gente e falava as coisa e a gente não entendi nada. Quando alguém falava alguma besteira, ele falava “teu enderevi”, que é tipo “seu cu”.
- hahaaahahhaahahahahhahhahahhahahaha.
- E cherevi é o “meu”.
- hahhahahaahhahahahahahhahahahahahahahhahhahahahaa. Ah meu deus... peraí, peraí... enderevi é “seu cu” e “cherevi” é “meu cu”?
- É!
- Posso colocar nossa conversa de hoje na internet, vó?
- Uai, pode.
- Ai ai... ta... beleza.
- Mas olha: anota aí mais uma oração pra quando você dormir.
- Ta, fala.

“Com deus me deito,
Com deus me levanto.
Virgem nossa senhora
Que me cubra com seu manto.

Se eu coberto com ele for,
Não terei medo nem pavor
De coisa deste mundo
Nem se de outro mundo for.”

- Anotado. Valeu vó. Beijo.
- Outro, filho, fica com deus.
- Você também.

quarta-feira, maio 30, 2007

TAG

Além de significar DIA em alemão e ser o nome de uma agência de publicidade de Souzas, TAG é o nome da minha cachorra. Nunca tive o costume de falar “fêmea” ou “cadela”. Chamo a Tag de “minha cachorra” porque acho até carinhoso, pra dizer a verdade. Desde que nasci, minha família sempre morou em apartamento e eu sou apaixonado por cachorros. Mas lá não era permitido. Faz apenas um pouco mais de um ano que nos mudamos para uma casa, e então finalmente pude escolher meu cachorro. Uma labradora, preta, com 2 meses. Sabia que a raça era fiel, companheira, brincalhona. Era o que bastava.

A primeira noite dela em casa foi no meu quarto. Ela vinha o tempo todo na minha cama, chorava, e cagou ao lado do criado mudo. “Dormi” na merda. Hoje ela tem um ano e 2 meses, mas parece que são só 2 meses. Continua me acordando TODA MANHÃ com seus latidos ensurdecedores, continua entrando na cozinha sem poder, mordendo o que pode, derrubando o que não deveria cair, detonando panos e chinelos. Bom, ela precisa de pelo menos 2 anos pra virar mocinha. Haja paciência. Às vezes não quero admitir, mas amo minha cachorra quando ela ta dormindo ou brincando, e odeio quando ela ta latindo sem parar enchendo o saco. Só recentemente que fomos descobrir que existem dois tipos de labrador: o agitado e o calmo. O calmo é o que guia cegos, por exemplo. E o agitado... bem, foi com esse tipo que eu aprendi a entender e gostar dos gatos.

Nunca vi um cachorro vomitar tanto também. Depois de um tempo parou de ser irritante e foi para preocupante. Meus pais levaram a Tag pro veterinário pra fazer Raio-X do esôfago, tórax e cervical. Foi diagnosticada uma pneumonia alérgica, que consequentemente gera bronquite. Os vômitos são causados porque provavelmente ela nasceu com uma bolsa no esôfago. Quando ela come, parte da comida vai pro estômago, parte pra bolsa. Quando a garganta se irrita por causa do alimento preso, ela vomita. E com isso o ácido do estômago vem até a bolsa e pára ali, podendo perfurá-la; a pele da bolsa é muito fina. E aí, vocês já sabem.

Ela vai tomar dois tipos de remédios por 20 dias. Um para melhorar o estômago e outro para impermeabilizar a bolsa. Se nada disso funcionar, endoscopia para estudo da bolsa. Se não adiantar, ela vai passar a comer comidas pastosas. Não pode dar nada que corra o risco de perfurar a bolsa. Se ainda não adiantar, cirurgia, o que sem dúvidas foi dito que deixará seqüelas.

Eu olho pra todo esse quadro e, dramaticamente falando, sinto como se tivesse um filho em estado terminal. Eu realmente me sensibilizo com essas coisas. Porra, é um bicho vivo! Pede comida, pede pra brincar, assusta quando você grita e pula quando você chega. É dependente de você. E aí chega um doutor e fala que ela ta toda fudida e precisa de mais cuidados ainda, porque tudo isso é extremamente raro. Isso me faz pensar no dia em que a compramos. Na verdade, uma outra família chegou na frente. A Tag seria um presente de um filho pra sua mãe. Mas a mãe não aceitou muito bem e eles fizeram a devolução. Nesse mesmo dia ela cagaria do lado meu criado mudo.

É, não tenho muito mais o que dizer. A partir de agora, a Tag é uma cachorra “especial”.

quarta-feira, maio 23, 2007

SEJA HOMEM

Recentemente, andando pelas ruas como sempre tive o costume de fazer, avistei um senhor que já denunciava sua terceira idade a duas quadras de distância. Andava em sua direção e passar por ele seria inevitável. Não que isso fosse um problema, mas por algum motivo a presença dele me intimidava. Quando estava bem perto dele, olhei em seus olhos e o cumprimentei. Ele sorriu e fez um sinal com a cabeça. Quando começaria a me distanciar ele disse:

- “Você me lembra minha juventude”.

Um pouco desconcertado, sorri, voltei em sua direção e perguntei o porquê. Ele me disse que era porque ainda não tinha me tornado um homem completo. Eu estava prestes a mandar o velho pro lugar que vocês sabem, mas aquele corpo abatido e aquelas rugas não conseguiam amenizar o olhar sóbrio e firme daquele velho. Continuei intimidado. Ele deu um sorriso de canto de boca, e simplesmente começou a discursar o que vou tentar representar em melhores palavras aqui.

“Eu era como você na juventude. E poderia ter desfrutado muito mais se alguém me dissesse o que eu vou te dizer: sempre faça o que deve ser feito, e não o que você quer fazer. Aja como deve se agir, e não como você gostaria. Agüente firme o tempo todo, muitas vezes fazendo o que você não quer, porque você sabe que é o certo. Lute também o tempo inteiro contra suas vontades e instintos que você sabe que não te farão bem. O tempo inteiro! Nunca é fácil, mas não escorregue: seja um homem.

Nunca se humilhe. Mereça. Justamente, é claro, mereça. Então, saiba que se você não teve, você não merecia. Merece algo diferente. Talvez até melhor! Paciência. Tenha sempre essa gota de amor próprio: o suficiente pra conseguir fazer você se desdobrar de esforços para conseguir o que quer, mas também suficiente pra você não se humilhar.

Na medida. Justo.

E se não conseguiu, paciência. Você já entendeu como as coisas funcionam. Você é homem. Aja como um. Ah, tenha boa memória. Se você conseguir seguir tudo até aqui, não há combate que você não vença se tiver boa memória. Não há injustiça que te vença, apenas a dor de ter paciência por mais uma vez não ter sido como você queria. Afinal, você agiu como deveria agir. Fez o certo, e não como gostaria. Foi um homem.

Entende o que eu digo?”

Fez uma pausa e com certeza notou minha perplexidade. Então continuou:

“Não, jovem! Não! Você não será infeliz. Muito pelo contrário. Começará a agir sempre assim instintivamente”. – sorriu mostrando a dentadura amarelada e concluiu:

“Pode errar de vez em quando! Não se preocupe tanto, também. Falam por aí que a gente é o ser mais evoluído da Terra, mas ainda somos muito imperfeitos. Agora pode ir, eu preciso cuidar do meu reumatismo”.

Entrou em sua casa e me deixou com a seguinte dúvida: se eu fizer o que deve ser feito, o certo, quando eu vou viver da maneira que eu gostaria? Então o que eu quero nunca é o certo? Ou é só uma questão de bom senso já que sabemos quando estamos ou não errados? Ou não sabemos? Ou simplesmente posso mandar tudo isso pra puta que pariu já que o velho não tinha como saber de fato se era como eu na juventude?

Sinto muito, sem conclusões finais dessa vez.

terça-feira, maio 15, 2007

Vidas Paralelas

Ele acordou com a garganta queimando. Não conseguia engolir nem a própria saliva de tanta dor. Ainda na cama, olhou pro teto e teve a certeza: “Hoje vai ser Ô dia...” Foi cuidar da sua garganta pela manhã preparando algumas bebidas mais quentes, ligou na farmácia e esqueceu que essas atividades fora da rotina o estavam atrasando para o trabalho.

Ela acordou de um sonho onde estava numa praia tomando sol, e vários surfistas nus tampavam suas partes íntimas com suas pranchas. Ainda na cama, agradeceu: “Ai ai, que bela manhã de segunda-feira”. Vestiu sua melhor roupa social e foi apresentar seu projeto numa empresa de grande porte, localizada num edifício empresarial.

No horário de almoço ele já não tinha mais emprego. O seu atraso de meia hora fez com que seu cliente tomasse um chá de cadeira insuportável e esperasse ele chegar apenas para comunicar que estava indo para o concorrente. O problema é que esse era o maior cliente da empresa. Ele foi demitido com mais nove funcionários.

Já o projeto dela foi tão aplaudido que todo o andar térreo do edifício olhou para cima instintivamente. Foi contratada na hora como consultora e já tinha como aplicar seu projeto numa empresa em Recife, durante um ano. Viajaria a trabalho com um mais um casal.

16h30min ele estava em casa. Poderia ter chegado mais cedo se um carro-forte não tivesse batido em seu carro. Deitou em sua cama, olhou mais uma vez pro teto e teve a certeza: “Ainda vai piorar!”. Tentou ligar pra sua namorada, mas “o número chamado está desligado ou fora da área de serviço”.

19h30min ela chegou exausta em casa. Tinha acabado de fazer um menage a troi (sexo a três) com o casal supostamente profissional. Traiu o homem que já estava em sua vida, mas tudo estava tão bem que praticamente não se importou. Estava disposta a falar com ele. Terminaria o que tinham. Ela ficaria fora por um ano, mesmo! Até ligaria pra ele, mas o viu entrando no MSN com o nick “caralho, que dia filho da puta”. Ela digita:

“Oi amor! Parece que você teve um dia difícil, mas preciso te contar umas coisas...”

terça-feira, maio 08, 2007

The End...

Não sirvo pra essa coisa de escrever por temas diariamente. Gosto da idéia, mas não gosto do tipo de trabalho (não é que eu não goste de trabalhar, hein?!).

Prefiro escrever quando tenho vontade, quando tenho algo a dizer (pelo menos no blog dá pra ser asim). E no momento, o que tenho vontade de dizer está no Abbey Road, o melhor álbum que o mundo já (ou)viu. Só podia ser dos Beatles, claro!


"And in the end, the love you take is equal to the love you make."


The End - The Beatles
(obs.: vocês não acharam que era o fim do assevA adiV só por causa do título, né? Bom, desculpe a decepção, mas ainda não será dessa vez.)